17.12.09

Quem diria...

O mundo dá voltas e as coisas voltam mesmo. Eu não era de desenhar inicial de nome, nem de encher caderno de corações. Aquelas frases que vinham no rodapé do papel de carta, no papel de dentro do Ice Kiss, e que as meninas copiavam de uma agenda pra outra, nunca faziam sentido pra mim. Baboseiras. E aqui estou eu, digo, 15 anos depois: aprendi o cabimento daquelas besteirinhas que hoje passeiam nos emails, assinadas assim: autor desconhecido. Porque os autores desconhecidos talvez não tiveram coragem de se entregar.

Mas não sou como um email, não tô só de passagem: fiquei paradona em você. Eu que sou a desconhecida: se tô longe de ti. E perdi a vergonha de dizer. Faço esse jogo bobo de palavras, porque sou boba por você. É fácil escrever, não preciso de fundamentos, nem nada inteligente. Porque complicado é te tirar da minha mente! O que você vai fazer comigo? Sou inteira tua, e sem ti não sou inteira.

Hoje você viajou, e eu fiquei viajando. Acumulei muita preguiça, invejando o ventilador que girava com precisão. Queria também uma corrente 220 pra movimentar minha cabeça desse lugar, e pensar em outra coisa. Enquanto isso, você guiando pro meu oposto, sem parar, pela estrada do algodão, pra chegar na hora do almoço.

Por falar em almoço, que gostoso foi ontem. Tão bom descobrir mais um pouco de você. Bom, e fiquei assim, cheia de ideias e frases, aquelas tipo perfeito encaixe no cabeçalho do orkut/msn, etc. Aquelas pra dizer pros outros que não, não é complexo dizer que tenho um grande amor. É assim mesmo. Mas que jeito de amar tapado! É ignorante, não enxerga o que está ao lado, desconhece alternativas. É assim.

E a gente faz brincadeira de gato e rato, ou de urso e... o outro bicho diretamente abaixo na cadeia alimentar. Você viajou pro sul do estado, e eu fiquei em casa viajando em baboseiras. E nós nos acabamos de saudades porque vamos passar oito dias longe.