31.5.09

Maria-vou-com-as-minhas

Não sou Maria-vai-com-as-outras mas sou, declaradamente, Maria-vou-com-as-minhas. É que ouço minhas amigas, no mínimo. Posso ouvi-las, e demorar a escutá-las. E, se de fato consigo escutá-las, é quando estou com sorte. Mas não é tão simples. Com cada uma delas, tenho uma história. Fizemos coisas juntas, e isso é determinante. Então escutá-las é também quando as palavras não são ditas, é quando vivo com elas histórias, de perto ou de longe. Porque as admiro e porque compartilhamos histórias sou, por escolha e por amor, essa grande Maria-vou-sim-com-elas. Elas sabem bem do mapa das minhas ruas, com as sinalizações, buraquinhos e buracões que têm nelas, e compreendem que o mapa muda. Elas me extrapolam, me desafiam, contornam meus caminhos. É assim: eu preciso delas. Elas me dão graça e inspiração: em Por favor, alguém segure o meu cérebro ou... a Luciana fala de dentro e fora. Isso me inspira e me faz pensar nelas: elas me puxam pra dentro, e me puxam pra fora. Maria-vou-feliz-com-elas porque elas seguram na minha mão mas não me conduzem a lugar nenhum!

26.5.09

Pretérito imperfeito

Seria tu aquele que me daria colo, alento. Seria tu meu contador de fábulas de brilhar olhos. Nelas, seria sempre tu meu eleito – dar-te-ia todo cuidado que descobriria ser eu capaz de prover. E também eu te contaria histórias que poderíamos ser, colorindo de fantasia um amor que seria. Mas eu quis acabar com isso, quando levei a dúvida ao extremo. Sim, sinto uma falta... sinto uma falta. Do abraço ausente. Do refúgio que foi teu quarto. E agora, me pergunto: quem te dá alento? quem te dá cuidado? quem te diz: "estou aqui do teu lado"? Queria te contar uma esperança que começasse no café doce e terminasse com o sono noturno interrompido. Diria: vem aqui, acalma-te: vai passar. Mas já não posso, já não posso.