Era alguma segunda ou quarta-feira durante as férias de meados da década de oitenta. Uma preguiça persistente exauria as forças, garganta arranhando um tanto apenas a ponto de incomodar. Fundo sonoro: péim-péim de construção no terreno vizinho, misturada à música quase inaudível da abertura da sessão da tarde e ao som do ventilador que espalhava o ar abafado do quarto. "Estou sentindo um quente", comentei com meus irmãos. Não conhecia nenhuma palavra pra definir o que estava sentindo e denominei aquilo de "um quente". Pegou. Até hoje usamos a palavra"quente" pra definir um sentimento que tem a ver com indolência e mau humor ou com uma leve angústia por estar fazendo ou ter que fazer uma coisa que não se quer e que, contraditoriamente, tem algo de cômico. Sentir quente de uma coisa não significa necessariamente que você não goste dela. É algo que ainda não consegui explicar. Exemplificar fica meio difícil, porque cada um sente quente por motivos diferentes. De qualquer modo, minha irmã propôs a mim e ao meu irmão que listássemos algumas coisas que nos dão quente. Eis o resultado parcial:
Ir ao Detran (em geral, ter que resolver qualquer coisa em repartição pública)
Fortal
Foto 3x4
Ir pra FashionRio provar farda do colégio. *FashioRio era (é?) a loja que vendia a maioria das fardas de colégios em Fortaleza. A visita à loja era sinal de que as férias estavam acabando. Meu irmão desenterrou essa.
As vozes: Galvão Bueno, João Inácio Jr., Samantha Marques e locutor da rádio 100
Alguns ex-colegas de trabalho
Kenny G, Air Suply, a música Hotel California
MPB ao vivo em barzinho tocada em teclado
Aquele parente chato que a mãe obrigava a visitar
Xuxa, Mara Maravilha, a música de abertura do Supercine, Rota 22, Barra Pesada, Gugu Liberato, Zorra total e os insuperáveis Domingão do Faustão e o antigo programa do finado Irapuã Lima, Chapolim, Sessão da tarde
Fórmula 1
Kolene, sabonetes Phebo e Senador
Forçação de barra com dinâmica de grupo.
25.9.09
16.9.09
A melhor fase da minha vida
Qual foi a melhor fase da minha vida?
Há muitos momentos que vivi, que só de lembrar já me emociono. Durante muitos anos de minha infância íamos à praia, toda a família. A ansiedade na época era por descobrir qual seria a próxima atividade: construir um castelo, quem sabe até um reino, ou então incorporar um golfinho perfurando as ondas do mar (ok, era sim bem ridículo! rsrs), cavar um buraco na areia até achar a água do mar, ou simplesmente comer caranguejo?
Outra lembrança que me traz saudades é quando nós irmãos nos reuníamos em cima da cama dos nossos pais, enquanto eles estavam no trabalho, pra simplesmente conversar. Muitas vezes a consequência era uma brincadeira e o resultado era quase inevitavelmente uma briga. Mas havia um limiar de cumplicidade. Só alguns casos eram levados à hierarquia (rsrs).
Tenho também memórias das minhas amigas de colégio, quando passeávamos pela cidade sem destino. Ah, e como sabíamos aproveitar as férias!
Mas então, qual foi a melhor fase da minha vida? O melhor ano que vivi? Afinal, as coisas mudaram, e não voltam mais. O jeito de ver o passado ou presente também mudou.
Mas a melhor fase da minha vida é sempre agora. E olha que sou o anti-exemplo de uma zen enraizada no presente. Ah quem dera eu soubesse deixar de lado ansiedades, os medos e as inseguranças. Sou simplesmente um fracasso em meditação. Mas ainda sim, o resultado final é que tenho a sorte de estar sempre vivendo a melhor fase agora. Pra isso, contribuem: uma boa dose de sorte, mais a família e agora os sobrinhos, mais as amizades que tenho a felicidade de manter desde a infância, mais as amizades não tão antigas, porém não menos profundas, mais o amor que vivo agora, e porque não, mais uma porção de jeito poliana de ser! (não é minha florzinha?, porque não um jeitinho poliana pra adocicar o negócio?)
Há muitos momentos que vivi, que só de lembrar já me emociono. Durante muitos anos de minha infância íamos à praia, toda a família. A ansiedade na época era por descobrir qual seria a próxima atividade: construir um castelo, quem sabe até um reino, ou então incorporar um golfinho perfurando as ondas do mar (ok, era sim bem ridículo! rsrs), cavar um buraco na areia até achar a água do mar, ou simplesmente comer caranguejo?
Outra lembrança que me traz saudades é quando nós irmãos nos reuníamos em cima da cama dos nossos pais, enquanto eles estavam no trabalho, pra simplesmente conversar. Muitas vezes a consequência era uma brincadeira e o resultado era quase inevitavelmente uma briga. Mas havia um limiar de cumplicidade. Só alguns casos eram levados à hierarquia (rsrs).
Tenho também memórias das minhas amigas de colégio, quando passeávamos pela cidade sem destino. Ah, e como sabíamos aproveitar as férias!
Mas então, qual foi a melhor fase da minha vida? O melhor ano que vivi? Afinal, as coisas mudaram, e não voltam mais. O jeito de ver o passado ou presente também mudou.
Mas a melhor fase da minha vida é sempre agora. E olha que sou o anti-exemplo de uma zen enraizada no presente. Ah quem dera eu soubesse deixar de lado ansiedades, os medos e as inseguranças. Sou simplesmente um fracasso em meditação. Mas ainda sim, o resultado final é que tenho a sorte de estar sempre vivendo a melhor fase agora. Pra isso, contribuem: uma boa dose de sorte, mais a família e agora os sobrinhos, mais as amizades que tenho a felicidade de manter desde a infância, mais as amizades não tão antigas, porém não menos profundas, mais o amor que vivo agora, e porque não, mais uma porção de jeito poliana de ser! (não é minha florzinha?, porque não um jeitinho poliana pra adocicar o negócio?)
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